domingo, 30 de maio de 2010

Metáforas estáticas de quem já andou.


Um palacete de idéias me compõem,
até os meus limites ficam centrados no chão,
os pés,
a boca e o cérebro,
tudo arde de forma sonolenta e silenciosa,
os movimentos são apenas uma figura,
da miniótica dos nossos sentidos pedintes,
as pessoas passam,
olham e passam de novo,
beijam,
tocam e beijam de novo.
Renovamos nossas palavras para que o tempo se torne mais curto,
e então tudo se contradiz,
e pra variar as peles e as veias se aquecem,
fundindo todos os microorganismos que existem entre o falar e o poder,
entre o infinitismo de variedades,
ilusões e caminhos já seguidos.
Pronto de esperas melancólicas,
e cólicas pré-menstruais,
que são minhas velhas distorções,
pronto um segundo se passou,
outro,
e mais um para contornar os caminhos fáceis,
e as crônicas da vida rotineira dos pés,
e do caminhar excitante das mãos.
Aqui o tempo para,
o som não ruge,
o sono não abala,
a fome não afeta,
a dor é ilusória,
e a morte apenas um motivo...
Aqui jaz um homem que se encontrou...
E suas cordas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dizem por ai...


Dizem por ai que o tempo é algo que cura,
que é algo que os homens tentam ter controle,
mas isso não é possível.

Fotógrafos dizem que o tempo,
é o amanhecer.

Religiosos dizem que o tempo,
é uma conquista eterna,
e que sem ela não haverá perdão.

Poetas dizem que o tempo,
é o ingrediente principal de toda filosofia,
como se só o tempo bastasse para surgir o pensar.

Mulheres dizem que o tempo,
é a chave para a riqueza da Avon,
como se o tempo tivesse culpa de nossa humanidade.

Homens dizem que o tempo,
é algo do qual nem sempre se devêsse lembrar,
mesmo que isso acarrete em toda desolação filial.

Médicos dizem que o tempo,
é a margem entre a vida e a morte,
entre o nascimento e o abandono.

Loucos dizem que o tempo,
é algo que incomoda e corroe os tímpanos,
deixando dentro da cabeça vozes soltas que lhes cantam poemas.

Velhos dizem que o tempo,
passou.

Crianças dizem que o tempo,
é o amanhã,
mas elas não dizem em palavras, dizem com atitudes.

Jovens dizem que o tempo,
não existe.

Apaixonados dizem que o tempo,
é sempre pouco quando se ama.

Solitários dizem que o tempo,
é sempre muito, quando se está só.

Amantes dizem que o tempo,
nunca passa pra quem leva a eternidade nas costas.

Viciados dizem que o tempo,
não passa no além,
e que pessoas podem chegar ao além sem morrer.

Eu digo que o tempo,
surge no amanhecer,
e sai para dormir á meia noite,
digo que o tempo é cativo de sensações quase inerentes,
que sem ele, não haveria massa,
digo que estamos tão temporalizados,
que o tempo é quase um molde para tudo.
Eu digo que o tempo e nada, são sinônimos
Sem tempo não a nada,
nem pausa, nem vento,
não há jeito de se ter medo,
e então é tudo quimica, bohemia e razões sem nexo para viver.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sentido Aberto.




Hoje eu acordei com vermes na cabeça, lipídios e cobras...
Tudo flutuando com minhas estrelas,
o cruzeiro do sul tomou uma forma totalmente corpórea,
com traços iguais ao da madona,
vejo mil mulheres a cada segundo em meu caderno de ilusões,
gosto de fazer isso acompanhado de palavras,
pra mim parece mais divino,
odeio mulheres frias,
sem sonhos nem poesia.
Sou capaz de compará-las aos cemitérios no inverno,
neles só habita o sono eterno.
Deus meu, não quero ter um sono eterno após a morte,
tenho medo de morrer por isso!
eu só escrevo poesia pela noite,
 se eu dormir eternamente,
não me desfarei das idéias,
até explodir de tesão poético.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nada mais do que um estudo minucioso dos sentimentos e da moral do meu cachorro.




Acendi as luzes, como se quisesse ser algo divino por um dia,
falei pra mim mesmo sobre os pestanejos seguidos causados pela dor de amar.
Conjuguei os mais distintos verbos ligados à solidão,
tentando imitar a dor,
ou apenas me despir dos seus sangramentos,
queria me ver nela,
ser mais um corpo nozado.
O preceito mais comum dos seres crentes em si próprio,
é crer que sentir o calor do corpo oposto é pecado mortal.
De fato morri,
morri apenas uma vez em minha vida,
Desisti de pensar em desgaste da alma,
passagens caras para o céu,
impostos por não ser humilde,
decidi morrer de uma vez,
só pra senti como era.
Então atirei em mim mesmo uma bala de solidão,
que atingiu poucos grandes centímetros acima do meu enlace com a carne,
A única parte central do homo-sapiens,
que eu levaria a morte comigo,
Dividi entre meu respirar,
um suave desejo de não voltar,
e um suspiro de arrependimento,
era sentimento de morto...
Sublime de se dizer que é poesia,
A lagrima nem ousou sair dos olhos,
por medo de continuar vivendo só.
Por um segundo me retrovendo no espelho,
percebi que os olhos são como dois lápis dignos de deus,
que fugiram da ordem direta das cores,
onde as luzes refletem com medo de entrar.
Estrambólico!
Assim podendo sentir por ultima vez,
o perfume oposto invadir meu pudor,
me desvendo do meu ser criança...
Se me lembrasse o nome do perfume,
teria  morrido antes.
O perfume não vem por si só,
vem acompanhado de uma mão,

Uma observação pré-morte:
-A mão é apenas um objeto de pura,
e sólida demonstração da carecia de toque.

A mão tocou minhas costas,
pernas e braços,
como se limpando meu suor de defunto,
lhe desse o alivio de poder soltar mais perfume.

Lembrei!

Cheiro de corpo:esse vem dos fluxos mais internos,
e dos desejos mais desinibidos da mulher.
A pele revida o toque da mão.
Na verdade ela agradece,
levanta cada poro,
como se fosse lábios,
a fim de beijar o corpo capaz de causar tal mornor,
sejamos poéticamente sinceros,
é um calor!
que sobe e desce sobre os dois corpos.
A primeira ligação humana vem daí,
Já me disseram uma certa vez,
que somos compostos de natureza,
algo do tipo pássaros e flores,
O quinto clarão explica melhor do que ninguém a teoria do nascimento,
ele foge das idéias de cio,
e corre na facilidade de falar de onde surgiu o primeiro toque.
Ainda com o efeito causado pela mão,
a pele repele qualquer tensão,
e devaneia num paraíso criado pelo meu próprio ente.
Coisas morfológicas,
e etimológicas,
não são sensíveis como um só.
A humanologia central diz,
que os corpos em atrito sem constancia,
criam matérias imutáveis do tipo tóxicas e viciantes,
logicamente centradas a certas partes do corpo.
Então começo a fazer sonhos,
começo a cria religiões,
etnias e banalidades pra quem possa ler.
Começo a sentir a minha natureza fazer filhos dentro de mim,
Isso é privilegio dos homens imunes de ainda poder chorar.
É como se o corpo passara do patriotismo ao querer nascer,
Coroando o mel com os olhos,
pra deixar de falar com as mãos.
A alma arde,
e impede a natureza homenzada,
de postular seu titulo de pai.
E esquece que no inferno,
o fogo nem chega aos pés do fogo de amar.
E então se desola de piedade,
fazendo um documento vivo e sem assinaturas,
como se de repente,
parasse pra ordenar o corpo a voltar á respirar.
Então sim, fiz poesia com o corpo,
fiz um sentimento de morto e renascido.
Não só morrido,
como enterrado nos pseudônimos chamados de sob.
Lembrei de bares,
copos,
cigarros,
e tecnologias simples,
esqueci do corpo.
Cai das tentações mortais,
larguei nos sonolentos enganos,
tudo o que ainda podia me fazer você.
Simplesmente calei os sonhos banhados de cheiro de corpo,
banhados de agonias,
que retorceram minha pele,
como se pudesse secar em milésimos de algo não contável pelo tempo.
Algo já feito por não humanos,
algo que só as flores e os pássaros sentem.
Deixei essa unidade para os poetas,
só eles no seu campo de boêmios,
poderiam adquirir a mesma,
e á eles foi dado grande suor,
após momentos de suar alegrados,
e não por correr,
mas sim por falar sem medo do ato de fazer amor.
Sim... Os poetas não têm pudor.
São dignos de crescerem entre os bêbados,
de falar coisas tortas,
sem valor moral.
São dignos de usarem uma língua universal,
algo alem da língua dos beijos,
algo que até os feios entenderiam.
Só compatível por apaixonados pelo corpo,
até pelo do mesmo sexo,
não tem preconceito,
nem vergonha.
Os deuses se orgulham de muitas coisas,
Mas eles lembram em primeira mão,
de sua obra natural.
A poesia.

domingo, 9 de maio de 2010

Os sonhos, os amores, os desejos e as idéias
se desfazem como um nó mal dado.
Como um tempo em meio aos outros,
como tesão que acaba,
como leis mal escritas,
o tempo é o guardião de todas as coisas,
mas ele também sofre.
Os planos, os afetos, o dinheiro e a loucura,
não passam de más interpretações da vaidade,
da ternura e do aconchego,
não passam por serem maiores do que pensamos
na sua diminuta paciência.
Os ideais, as ilusões, as drogas e os casais
vão e vem semanalmente,
faz parte da linha conjuga do tempo,
que envolve toda nossa lucidez e nos cega,
e por vez nos leva ao portal d’aurora.
Nos carrega em seus braços como uma mãe,
docemente embala seu filho em uma rede de fio cru.
Como se os sonhos se elevassem por um segundo,
e então sim temos uma visão completa do que somos nós,
um nó.
O amor é a pura tradução da frouxura interna,
do desejo mal concebido,
dos sonhos mal feitos,
que por causa do efeito sem nó algum se faz.
Nó na corda, na garganta, no braço, no enlaço e no abraço,
nos beijos, nas línguas, sem nó não há laço.
Amor é laço e nó,
um conjunto de cordas ao ar,
que ao mesmo tempo em que liberta,
prende em um carinho tão celebre,
que após sentir o aperto do laço,
dizem os mais experientes,
que não se tem mais o desejo de fugir.
Aperta o peito, os lábios e as glândulas lacrimais,
aperta tudo de um jeito tão criança,
que se ri chorando,
e se chora com sorriso,
por mais que interno,
o sorriso terno é tatuado no peito
e enlaçado na carne.
O peso de se levar tatuado no peito o sorriso
é esmagador diante de toda a imensidão,
é como carregar as medalhas de um apaixonado,
que te iludem uma vitoria quase sem dó.
E então para degustar de todo o sabor de um nó,
o mesmo se entrelaça com os sonhos,
os amores,
os desejos,
as idéias,
os planos,
os afetos,
o dinheiro,
a loucura,
os ideais,
as ilusões,
as drogas
e os casais,
formando uma grade rede de fio cru,
onde são embalados os sonhos,
onde domem os amores,
onde todos os desejos descansam como filhos
depois de um banho de chuva,
onde brotam idéias
como se brotassem rosas,
e desses idéias surgem planos,
que planam em pleno afeto,
e o dinheiro é o alicerce de toda loucura,
e a loucura é tão louca que não se difere
dos ideais das ilusões causadas por drogas sentimentais
para que assim depois de toda filosofia
e analise minuciosa de nó,
o doce presenciar nos conta
que na rede não há nada mais que um casal
 com suas pernas em nó. 

Bilhetes e garranchos





Benzinho, o tempo é uma corda que se enrola no pescoço 
e vai apertando de mansinho ano após ano, 
até que em um segundo indefinido 
ela te despenca da cadeira da sobriedade, 
onde sempre estamos, em uma duvida, 
um vai e vem frenético, 
sem ao menos saber que estamos lá.
O tempo é a doçura inerte dos nossos passos de valsa, 
calando as bocas sujas, e beijando-as 
logo após um acerto de contas... 
Na cama todos somos juízes de nós mesmos, 
julgando cores sensações, 
abraços, gotas, suor, conversas, intuições.
Somos podres por natureza, 
pontos fracos de nós mesmos, 
somos luz em meio ao nosso breu-cotidiano, 
diante de toda lucidez, 
o álcool move toda a filosofia e em meio a ela, 
ele se embebeda de idéias causando espasmos, 
causando frenesi, latência, loucura...
Benzinho, eu acordei suado, 
com idéias pairando perto do ventilador, 
como aviões de papel que sugerem planos de dominar o mundo, 
por mais estranho que pareça, eu os aceito. 
Te tenho em mente boa parte do tempo, 
e o tempo que me resta escrevo 
sobre o tempo que estive em ti.
Hoje eu acordei sem sono, como se tudo tivesse ido embora, 
um bilhete, um garrancho, uma poesia, 
um sonho de viver em meio ao caos. 
Me engano como um físico embriagado, 
nos seus cálculos sonolentos. 
Ele calcula o amor, em centímetros de mercúrio, 
enquanto o amor na sua medida infinita 
tem o dom de não ter medidas. 
Vou embora, deixo o conteúdo do bilhete 
para sua doce imaginação calcular, 
o garrancho, você acabara de ler.
Garrancho de um blues, de um som.
Se é que é possível mudar toda a sinestesia, 
som em cores, em sabores que ardem no olho, 
que te tocam com um cheiro próprio o sexto sentido, 
em um frio que nobremente saboroso... Arrepia.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A senhora do tempo


A senhora do tempo dormiu como se não houvesse hora,
como se o tempo e a falta dele fossem apenas um único tecido,
em uma rede de ilusões brincalhonas vivenciadas no dia-a-dia.
Todo o deserto, o medo e os sinônimos perdem o sentindo de uma hora pra outra,
e em um silencio quase cômico, ela vai.
Toda ternura de um abraço, de uma historia, de um desejo,
todos os sentidos contidos num silencio, o mar, a religião,
as lembranças do que um dia foi todo seu alicerce tudo adormece em nosso peito,
e ao adormecer, amortece todo o fluxo sanguíneo,
e então uma obra divina acontece:
O peito meio que para reagir ao amortecimento, 
contrai de um jeito ímpar,
nos deixando aptos a chover pelos olhos,
e então sim, toda uma gama de luz, 
pólos despolarizados se amarram em um pendão,
e tudo se volta a um único momento, uma única situação,
todo o corpo se curva em direção as lembranças, 
e tudo que resta é chuva.
A boca de onde saíram inúmeras lembranças,
se cala para começar a ouvir um pouco de sua própria historia,
um pouco de sua própria poesia,
um poucos dos mares adormecidos em plena maré.
Um clarão vocal, sonhos, choros, vozes rocas, 
plenitudes de vontades,alguns desesperados 
para mostrar seu tenor em dó maior,
alguns desesperados para se sufocarem em sua própria dor,
mas no fim todos estão em conexão,
todos os imãs fundamentais se colocam em mesma polaridade,
algo que a ciência ainda não conseguiu provar, algo divino.
Todas as paralelices tolas do mundo se tornam apenas tolas,
tudo que pra nós é útil, por um segundo se torna vago,
e então por uma espécie de aperto,
todos choram ou se alegram com o que há de melhor na senhora do tempo,
com o que, apesar de falecido, ainda está vivo e luminescente
e tudo isso está em apenas uma lagrima.
A senhora do tempo tem o tempo todo nas mãos,
e ela pra poupar tempo, entrega os segundos a terceiros,
e os terceiros aos poetas,
dá historias como se fossem bilhetes para entrar em sua vida,
como se fossem livros a serem devorados pelas mentes mais livres de toda aurora.
Ela conta como dominou seu passado,
mostra medalhas de guerras que não existiram,
canta poesias como se estivera em um teatro,
relembra fatos que foram tristes, com um sorriso em face.
Um sorriso armado como uma faca contra as nossas solidões,
um terno delírio materno de quem será sempre dona de toda a fervura,
de toda asonação, de todo caos, de toda moda e a falta dela,
dona de uma beleza sem palavras,
e dona de todas as palavras que me cativaram 
como a um neto desesperado pra conhecer o mundo,
como se suas palavras lhe fizesse adormecer um aconchego avóterno,
como se toda sua palavra fosse obra de Paulo Coelho,
e toda sua filosofia fosse real e limpa.
Em sua inteira nobreza, o tempo se senta e escuta suas historias,
senta com ela como um amigo prestes a tomar chá.
Ela tem mais doçura que uma nuvem de imaginação,
tem mais poder em mãos que qualquer um possa imaginar,
deixou mais lembranças do que imagina,
tatuou em mim sua historia, 
como se tatuasse seu amor em meu peito,
como se num peito de uma criança houvesse 
tudo que nós pensamos que há,
tudo compacto e organizado, tudo vivo e agitado,
tudo que apenas se acalma com palavras de uma senhora 
sentada em sua cadeira de balanço,
como se não houvesse tempo,
como se tudo se resumisse a isso,
porque tempo ela já teve pra contar tudo 
e apenas ela sabe o quão bom dever ser cair 
e não saber se é de manhã...
Ou de noite.

O mundo é teu


Os teus pés já contaram mil e um grãos
de areia do frio deserto da saudade,
saudade presente no nosso “dês-ver”,
e os mesmos já caminharam tanto
que calejaram nos dedos
todos os sonhos de um infantil amor meu.
Tu que já conquistastes
todos os andarilhos perdidos nesses mares de terra e sol,
um deles sou eu,
que mal passei a caminhar,
e já me encontro perdido dentro de seu sonho,
que relatado pelo o céu de imensa ternura,
parece sempre perfeito...
E como vejo que estou caminhando o texto
para um eixo repleto de romantismo gratuito,
aqui começo de verás,
a falar do mundo e das tuas composições nele.
A terra,o templo secreto de nossas vãs separações,
o que nos remete a distancia,
saudade,
e mil outras coisas logicamente invisíveis,
que tu ao sorrir, amansa da minha carne a dor...
Sendo assim, o mundo é teu.
O mar, doutor das uniões á secas,
nos aproximou e separou,
fez como um bom amante faria,
e nos deixou a pico de amar uma imagem,
um texto e uma plena condição sonora, a voz...
Tal voz me hipnotiza de tal maneira que perco o toque da fala,
e ao mesmo tempo em que vem,
dês-vem uma vontade interna de soltar gotas de mar até banhar a face...
De fato, o mundo é teu .
O sol, ele é o único a nos unir separadamente,
eu no calor,
tu frio.
Pronto! um choque térmico natural,
e num abrir de céus frenético,
as posições se invertem,
eu suo frio,
e tu tremes num calor,
o céu me fala em voz baixa:
-isso é o torcer das nuvens á nosso favor...
Aqui está meu anjo, o mundo é teu .
Eu te amo.
Amo tanto quanto o tanto de mar,
que nos mundos eu posso achar...
Amo tanto que perto de ti,
perco as falas decoráveis
e passo ao mero poder de poemar...
Que junto a ti,
minhas palavras soam como poemas de Neruda.
Te amo pontualmente,
de modo á perder a hora,
pra te ver mais cinco minutos.
Te amo até de boca calada,
internamente dos pés á cabeça,
cada parte do meu corpo te ama...
Tendo em vista esse depoimento,
me declaro inteiramente culpado,
pelo ato de te amar
e não poder te ter em mãos
pra poder usufruir desse prazer me dado por deus,
devo á ele agradecer,
por me dar o dom eterno de te querer,
e saiba que te levo á flor da pele,
eternamente dona do meu mundo,
do meu sonhar,
das minhas insônias,
do meu acordar,
do meu amar,
do meu amor,
Te amo

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ínfimo que centelha



O obvio é o mais lindo clone do que é visto, o que é esquecido é o mais belo presente aos que percebem, e aos que se esquecem apenas lamento pois vale a pena imaginar que...

Neste exato momento, existe alguem se apaixonando por algum poeta, ou um poeta se apaixonando por alguem, e esse mesmo alguem deve ter mil culpas e vontades e coisas fúteis que eu normalmente esqueceria se não fosse essa a critica do ínfimo.

Neste exato momento, alguma mulher com lágrimas nos olhos, escuta o som da vida, o primeiro choro, um choro tão celebre que carrega em si, uma vida.

Neste exato momento, alguem sente um vazio tão intenso que a única coisa que lhe passa em mente, é o desejo de voltar pra dentro de si, como dar um passo para traz.

Neste exato momento, alguma mulher se entrega ao primeiro homem, ao desejo, á paixão, ao vão caminho entre o adolescer e o crescer, tudo em palavras nítidas e feitas de suor, com carinho de uma mulher apaixonada por seu "Dom Romeu" que nunca, talvez, nunca lhe abandone.. Mesmo que todo esse processo seja só imaginário.

Neste exato momento, em algum ser humano, o corpo se entrega á leveza, ao esquecer, cai na cama como se dormir fosse a melhor hora. Como se o tempo fosse uma criança brincando de ser astronauta. O corpo cala em silencio, para um sempre quase pequeno.

Vale a pena imaginar que em pouco tempo os sonhos serão realidade, e uma realidade não é nunca desprezível, mesmo quando ela não passe de sonhos.

Vale a pena pensar que neste exato momento, alguem, neste mundo respira de forma a perder o ar, como se todo o oxigênio do mundo lhe pertencesse. E lhe pertence.

Vale a pena pensar em tudo, sonhos, choros, desejos, amores, futuros amores, vermelho, azul, tempo, vida, dinheiro, sexo... vale a pena sentir que o mundo não é apenas uma bola, que o jornal não é só tragédia e que os amores não são só sexo. Vale a pena ter a certeza de que amores são como frutos que devem ser ricos de historias, e que essas historias possam nutrir mais historias para que no final de tudo, tenhamos apenas o que não foi visto, apenas o que foi esquecido, o que não foi dito. Abrir os olhos exige, acima de tudo, Paixão... então cá estou eu, de olhos abertos.