sábado, 3 de julho de 2010

Nostalgia.



O tempo tem uma doçura inerente; engraçado é se tornar diabético de tanto consumir tempo. Mais engraçado ainda é perceber que o tempo passou e apesar do que pareça você mudou e provavelmente fez coisas que há pouco tempo, no doce encanto da descoberta, você dissera que nunca faria.

É divertido lembrar os momentos felizes, rir de coisas que até então te irritavam. É primoroso ter encanto pelas mesmas coisas de dez anos atrás. Hoje é sábado, dia de sentir falta; Dia de sentar no sofá e lembrar-se de quantas pessoas já andaram por passos pertos dos seus.

Feliz é ter o que lembrar... Um amigo-irmão com quem se dividiu histórias, que provavelmente nunca aconteceram, sobre transas, porres e loucuras já feitas na vida. Ou quem sabe uma antiga namorada, com quem se teve muita sorte, e momentos cinematográficos de tirar o fôlego e que em um drástico momento de término o mundo pareceu desabar, e por alguns poucos dias, pareceu verdadeiramente que a dor nunca ia passar ou talvez que você nunca mais fosse se apaixonar.

É bom se apaixonar, ter um amigo do peito, algumas pessoas nas quais você, por uma parte de tempo da sua vida, depositou toda sua confiança. É bom e bom é poder olhar para trás, em um sábado nostálgico e perceber que as historias inventadas, os momentos apaixonantes, as dores de amor e tudo que cada pessoa que passa por você, carrega consigo, tudo isso é o que compõe você. Tudo isso é o que tece o infinito campo da nossa vida, e tudo isso flui de maneira deliciosa como num gozo não esperado. E quando você menos espera, em um sábado deitado em uma rede, tudo que está fluindo deixa de fluir por um segundo e nesse segundo em que tudo para, o que era apenas fluido vira lembrança.