A tristeza é um
filhote mufino,
É peito que
esquenta e dá nó,
Falta laço...
Tristeza é dar
boa noite para o vazio da cama,
Parece criança
estarrecida,
Amadurece...
A perda é a
forma discreta de se sentir humano,
A saudade é
ferramenta de sentir falta,
Enraíza no peito
a mão quente do afago...
E agora é se
assumir mundano,
Doloso,
Corpo que requer
algo que abrace...
Tem que se
plantar de novo,
Como se os pés
na terra fossem apenas o sinal da nossa evolução contrária,
Agora só resta
olhar o que ficou pra trás...
O colo, o beijo,
o cheiro e a água quente no frio sombrio e redondo da madrugada,
Descrevi teu
corpo e tuas nuances como um encanto,
A voz, a pele, o
que há por dentro e mais, tudo poesia...
Era,
Fez de conta que
era sonho,
Destacou coisas
de dentro como criança com decalque...
Estancou o calor
do sangue com a falta de si,
E agora me resta
sentar no vazio seleto de dentro,
Dar boa noite
para travesseiros esperando respostas como quem fala com um gato,
E assim, no
escuro do quarto soletrar a poesia calada,
Cicatrizar a dor
com lagrimas,
Com terra e seixo,
Como se a dor
fora uma flor plantada pra dentro,
E então mesmo
que demore,
É hora de cuidar do meu arranjo humano de ser...