segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Anipnia




Eu conto com o escândalo,
Com as vozes alucinadas das pessoas contando sobre suas caligrafias tortas,
Enquanto eu somente queria guardar meu tesouro como teu ventre num baú de vestido de renda,
Eu conto com o mundo caótico,
Com as desilusões amorosas fazendo as pessoas perderem o foco de dentro,
Como se quem pudesse fazer carinho também pudesse completar vazios,
É impossível...
Na hora que acaba a brincadeira,
Eu levo minhas crianças internas pra dentro e tento consolar,
E depois são momentos de silêncio,
Um, dois ou três poemas e se finda o que quer que estivesse sendo plantado,
Amor é um nó cego,
Nó na garganta,
Frio na barriga que arrepia como espirro,
Nada que é tecido em pouco tempo é de fato forte,
Aprendi...
Agora é construir o que falta construir,
Desabar o que falta desabar,
E se der encontrar outro ventre com outro vestido.

2 comentários:

  1. "Nada que é tecido em pouco tempo é de fato forte"
    PERFEITO.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Bruno!
      é uma verdade da vida... temos que aceitar que por mais belo e encantador que seja, ainda assim, não tem alicerce o bastante para ser forte...

      Excluir