quarta-feira, 9 de maio de 2012

Identidade




Doçura é abrir os olhos ao meio dia,
Perceber que meio dia já passou,
E a outra metade ainda tem muito que contar...
Pegar carona nos confetes,
Disparar gritarias para quem merece e não merece,

Nostalgia é se embalar na rede durante a chuva,
Sentir o cheiro do asfalto molhado,
E se perguntar por onde andam seus amigos de infância,

Nostálgico é lembrar,
Deduzir o passado,
Reescrever o momento e as emoções,

Eu traduzo lembranças,
Transformo em carências,
E choro,

De alegrias ou de tristezas, o que importar é se deixar lavar pelo mar interno,
Deixar a sujeita sentimental sair,
Limpar a mente...

Deixar vazio pra que somente o que é puro se nutra,
Deixar em quietude o que antes era maré alta,
Adormecer...

Se aquietar,
Deixar o corpo suspirar outros ares,
Como um desmame,
Deixar acontecer...

É diluvio de palavra,
Apedrejar as crenças com o dom de se descobrir,
Deixar a sua criança interna se mimar...

Eu canto versos de quem há um ano atras escreveu dedicatória aqui,
Aqui no espaço aberto eu relembro a desenvoltura,
O sotaque amarrado de quem quer conquistar,

Aqui eu descobri mais de um amor,
Uma dona do mundo,
Uma flor com ideias enroladas,
Uma que falou de ser infinito,
Uma que foi pra ela,

Nunca fui vazio de amor,
A dor pode me marcar o quanto for,
Pode escrever no meu peito,
Pode até me fazer um homem menos afim..

Mais nunca vou me queixar de falta de paixão,
Poeta, Artista, Lutador, Louco, Curador, Médium, Boêmio, Amigo...
Eu,
Sou,
Mais,
Amor,
Do,
Que,
Palavra,
E ainda tenho muita coisa pra escrever...


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