segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nada mais do que um estudo minucioso dos sentimentos e da moral do meu cachorro.




Acendi as luzes, como se quisesse ser algo divino por um dia,
falei pra mim mesmo sobre os pestanejos seguidos causados pela dor de amar.
Conjuguei os mais distintos verbos ligados à solidão,
tentando imitar a dor,
ou apenas me despir dos seus sangramentos,
queria me ver nela,
ser mais um corpo nozado.
O preceito mais comum dos seres crentes em si próprio,
é crer que sentir o calor do corpo oposto é pecado mortal.
De fato morri,
morri apenas uma vez em minha vida,
Desisti de pensar em desgaste da alma,
passagens caras para o céu,
impostos por não ser humilde,
decidi morrer de uma vez,
só pra senti como era.
Então atirei em mim mesmo uma bala de solidão,
que atingiu poucos grandes centímetros acima do meu enlace com a carne,
A única parte central do homo-sapiens,
que eu levaria a morte comigo,
Dividi entre meu respirar,
um suave desejo de não voltar,
e um suspiro de arrependimento,
era sentimento de morto...
Sublime de se dizer que é poesia,
A lagrima nem ousou sair dos olhos,
por medo de continuar vivendo só.
Por um segundo me retrovendo no espelho,
percebi que os olhos são como dois lápis dignos de deus,
que fugiram da ordem direta das cores,
onde as luzes refletem com medo de entrar.
Estrambólico!
Assim podendo sentir por ultima vez,
o perfume oposto invadir meu pudor,
me desvendo do meu ser criança...
Se me lembrasse o nome do perfume,
teria  morrido antes.
O perfume não vem por si só,
vem acompanhado de uma mão,

Uma observação pré-morte:
-A mão é apenas um objeto de pura,
e sólida demonstração da carecia de toque.

A mão tocou minhas costas,
pernas e braços,
como se limpando meu suor de defunto,
lhe desse o alivio de poder soltar mais perfume.

Lembrei!

Cheiro de corpo:esse vem dos fluxos mais internos,
e dos desejos mais desinibidos da mulher.
A pele revida o toque da mão.
Na verdade ela agradece,
levanta cada poro,
como se fosse lábios,
a fim de beijar o corpo capaz de causar tal mornor,
sejamos poéticamente sinceros,
é um calor!
que sobe e desce sobre os dois corpos.
A primeira ligação humana vem daí,
Já me disseram uma certa vez,
que somos compostos de natureza,
algo do tipo pássaros e flores,
O quinto clarão explica melhor do que ninguém a teoria do nascimento,
ele foge das idéias de cio,
e corre na facilidade de falar de onde surgiu o primeiro toque.
Ainda com o efeito causado pela mão,
a pele repele qualquer tensão,
e devaneia num paraíso criado pelo meu próprio ente.
Coisas morfológicas,
e etimológicas,
não são sensíveis como um só.
A humanologia central diz,
que os corpos em atrito sem constancia,
criam matérias imutáveis do tipo tóxicas e viciantes,
logicamente centradas a certas partes do corpo.
Então começo a fazer sonhos,
começo a cria religiões,
etnias e banalidades pra quem possa ler.
Começo a sentir a minha natureza fazer filhos dentro de mim,
Isso é privilegio dos homens imunes de ainda poder chorar.
É como se o corpo passara do patriotismo ao querer nascer,
Coroando o mel com os olhos,
pra deixar de falar com as mãos.
A alma arde,
e impede a natureza homenzada,
de postular seu titulo de pai.
E esquece que no inferno,
o fogo nem chega aos pés do fogo de amar.
E então se desola de piedade,
fazendo um documento vivo e sem assinaturas,
como se de repente,
parasse pra ordenar o corpo a voltar á respirar.
Então sim, fiz poesia com o corpo,
fiz um sentimento de morto e renascido.
Não só morrido,
como enterrado nos pseudônimos chamados de sob.
Lembrei de bares,
copos,
cigarros,
e tecnologias simples,
esqueci do corpo.
Cai das tentações mortais,
larguei nos sonolentos enganos,
tudo o que ainda podia me fazer você.
Simplesmente calei os sonhos banhados de cheiro de corpo,
banhados de agonias,
que retorceram minha pele,
como se pudesse secar em milésimos de algo não contável pelo tempo.
Algo já feito por não humanos,
algo que só as flores e os pássaros sentem.
Deixei essa unidade para os poetas,
só eles no seu campo de boêmios,
poderiam adquirir a mesma,
e á eles foi dado grande suor,
após momentos de suar alegrados,
e não por correr,
mas sim por falar sem medo do ato de fazer amor.
Sim... Os poetas não têm pudor.
São dignos de crescerem entre os bêbados,
de falar coisas tortas,
sem valor moral.
São dignos de usarem uma língua universal,
algo alem da língua dos beijos,
algo que até os feios entenderiam.
Só compatível por apaixonados pelo corpo,
até pelo do mesmo sexo,
não tem preconceito,
nem vergonha.
Os deuses se orgulham de muitas coisas,
Mas eles lembram em primeira mão,
de sua obra natural.
A poesia.

3 comentários:

  1. Obrigada pela visita...

    "Os poetas não têm pudor.
    São dignos de crescerem entre os bêbados,
    de falar coisas tortas,
    sem valor moral.
    São dignos de usarem uma língua universal"

    Lindo demais, profundo demais..
    Beijo grande =*

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  2. Sempre encantando com as palavras ne ?

    *-------* amei demais!

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  3. nao sei se estou em posiçao de te fazer uma critica, mas como eu sou chata vou fazer mesmo.
    presta atençao na repetiçao de ideias. Pode ser um recurso literário, mas as vezes é desnecessário.
    beijocas

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